segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Xadrez-sexo

Olá, minha gente. Sim, eu ainda escrevo.

Estava eu em meio aos meus textos publicitários, defendendo marcas na agência quando me peguei com duas situações/informações relevantes. A primeira veio de uma amiga minha, Gabriela, que se diz satisfeita com meus textos ao mesmo passo que inaugura a atividade "bloggeira"; a segunda é o papo que surgiu com um amigão meu pela internet, o que me fez refletir sobre um início de entrada na fase 3.0 da vida relacionamental. Para tal, criei na hora uma certa metáfora, para que nos confortássemos com um panorama mais neutro da vida à dois. Não é um desânimo ou uma promessa, mas um jeito bem-humorado de separar um pouco os estágios de proximidade que temos e estabelecemos com as pessoas.

Acho que muita coisa se aplica de forma "unissex".
rs

A RELAÇÃO COM O SEXO OPOSTO NA MESA, OU MELHOR, NO TABULEIRO DE XADREZ:



Peão- Sair , simplesmente o “pegar/ficar/rolar algo”. Lamento, mas o sexo também está incluso. Simpes assim, quando dói na perda é mais como no jogo em si...”pô, mas já perdi um peão?!?” Gente, este é o primeiro estágio neste nosso estudo bizarro. Sem irritação. Meninas, não sou o primeiro a falar de peão, as amantes de Barretos e das lajes de construção que me defendam...rs


Cavalo- A pessoa passa a se tornar uma saída mais constante. Dá pra ligar sem tanta nóia.
É aquele primeiro passo de confiança. Você tem uma parceira de qualidade, que já se desenha digna de algum nível de confiança. Dá pra se mostrar um pouco dependente dela. Peão é uma coisa fácil de se descartar. Um cavalo já dói um pouco. É a mesma coisa. Muita gente ( eu me incluo) fica doída por meses quando perde uma pessoa que alcança este estágio de representatividade. Outros, por outro lado, adotam a figura do “Dono de Haras”, onde é corriqueiro comprar e sacrificar cavalos, assim tendo muitas parcerias boas, mas nunca esquentando a sela para ter de fato uma evolução. Bom E ruim, com certeza.


Torre- Estabilidade, a pessoa ( mulher no meu caso) se torna uma parceira fixa e/ou um rolo mais sério. Aqui você começa a descartar espontaneamente outras pessoas de sua agenda de lazer. Não é ainda para muitos o momento de uma exclusividade, mas já algo que reduziria numericamente a “concorrência” para ela com 80% do tempo e um outro alguém com 20%. Para nós homens, acredito que é o momento em que se sente o cheiro de um namoro. Para as mulheres, não sei o que dizer. Pode ser o cheiro de dinheiro perdido, com aquele seu ingresso do Chiclete com Banana ou a viagem das “causadoras”, marcada para 15 dias a partir deste momento. O momento da torre é famoso por inspirar a frase “você é a pessoa certa na hora errada”, mote dos corações equipados com excel...


Bispo- Surge o namoro, no sentido correto da palavra. Comprometimento dos dois, é o primeiro ponto-chave, onde se investe mais do que o preço do ingresso de cinema ou um dia do fim de semana. Não é um casamento, mas considerando que passamos por estágios de liberdade e estes só foram avançados por clima+vontade+situação, é um belo momento. Creio que agora, depois dos 25 anos, 60% das relações que teremos sequer chegarão a este ponto. Começamos a valorizar mais nosso tempo e sentimentos. E namoro, como deve ser, é uma aposta dos dois. E aqui que descobrimos o primeiro lote de “surpresas”. Por isso mesmo só aqui é que se inicia uma busca real por uma afinidade, uma cumplicidade maior.


Rainha- A rainha é perfeita nesta metáfora porque em geral representa o momento da sutil transição de “namorada” para uma "Na morada"— ou seja, alguém que começa a morar junto com você, seja todo dia ou só de fim de semana. Ela provavelmente se canditará como “ princesa” ( ou príncipe, no caso das meninas) perante a “Rainha”, sua mãe, futura sogra dela(e). Eu não vivi muitas vezes este momento. Para ser sincero, todos os aspectos aqui listados nunca vieram ao mesmo tempo em uma só relação, mas a esperança é a última que morre. Minha mãe pode ser tudo, mas não é recepcionista de estação de trem para ser abordada por qualquer viajante. A rainha é um grande passo, onde já se define na cabeça que este namoro não é “só mais um namoro como os outros”. Aqui os amigos, sejam nossos ou delas, companheiros de cerveja, trabalho etc...tentam assumir o papel de “congresso”. Os melhores, junto à família integram o Senado. Os “camaradas” palpitam de leve, como Câmara dos Deputados. Seja sincero e admita o que você é. Tem quem tem um estilo de vida sentimental democrático, assumindo esta influência, mesmo que de leve; e tem também as pessoas que tem o “Amor-Saddan Hussein”, ou seja, é ditatorial, exterminando qualquer opinião da oposição. Conheço quem entra na fase da rainha exterminando quaisquer “possíveis causadores de pensamentos contrários à decisão”.


Rei- Óbvio, chegamos ao noivado/ casamento. Cheque-mate. É isso ou nada. Momento onde para nós, machos, guerreiros— espadachins das palavras, cavaleiros que sabem montar uma bela dama, a guerra deve chegar a um acordo final. É duro para nós, porque como César, todo conquistador tem seu gosto pela guerra. Muitos fogem simplesmente pelo que eu chamo de “Complexo do Caralho Viking”- O cara se apavora porque sempre se imaginou morrendo com a “arma” em punho, em combate, ou seja, como solteiro, somo se isso o fizesse ir para o “Valhalla dos comedores”. Tsc. Na situação do Rei, temos a rainha, que nos colocará um belo manto...mas as ao mesmo tempo realocará nossa “espada” ( habilidade de caça) da cintura para uma parede, como uma lembrança querida pelo homem e odiada pela mulher. Para nós é o momento de entender que inteligente é o homem que celebra cuidadosamente “a paz”, para que aposente de vez suas armas de guerra. Por isso, o Rei simboliza aqui o final da partida.

A metáfora do xadrez funciona porque , mesmo no caso do Rei, sendo o casamento retratado como "cheque-mate", sabemos que sempre há chance de recomeçar uma nova partida...e tem gente que adora nesta vida sentimental tentar uma "melhor e 3"!

3 comentários:

Gabi Silveira disse...

1º: não rotule as amantes de Barretos (sim, eu sou de lá). Não somos todas que falamos de peão! Brincadeiras a parte, eu entendi que vc não quis dizer isso. Penso que o jogo é bem esse descrito mesmo

2º: "Pode ser o cheiro de dinheiro perdido, com aquele seu ingresso do Chiclete com Banana" E pq não com o ingresso do skol beats? Ou do blues etílicos? Quem sabe cordel? Isso é pré-conceito hein!

3º: Também diria que 60% das relações depois dos 25 não chega em "bispo". De fato, essa questão da valorização do tempo é forte. Quanto aos sentimentos, minha opinião é antagônica. As ações, nesse campo, dispencam no mercado interno e provavelmente por conta do mercado externo.Estamos muito (pre)ocupados em fincar nossa carreira profisional. Quem paga o pato? A vida pessoal. Agente se robotiza, tem medo de um relacionamento atrapalhar a empreitada rumo ao mercado de trabalho. Mas essa é a humilde opinião de alguém com 23 anos que pode apenas imaginar como será depois dos 25!

4º: Aguardo mais postagens. Suas analogias são as melhores!

Unknown disse...

Em defesa de grandes enxadristas como Harrison Ford e Tarcisio Meira, venho lenbrar a todos que existem alguns movimentos importantes no xadrez, tal como o Roque Grande e o Roque Pequeno em que o rei troca de posição com a torre da direita ou da esquerda.

Ainda falo mais, na defesa da Duquesa de Chevreuse, grande amiga, quando o Peão atinge a última casa da cor rival, ele possui todos os movimentos da Rainha. Difícil de acontecer, mas não tanto quanto criar a antimatéria.

Então, peões: boa sorte. Torres: tomem cuidado. Cavalos: viva à liberdade. Bispos: não se confundam. Rainhas: sejam paparicadas com todas suas facetas. Reis, pobres reis, de casa em casa defendem seu quinhão de terra: A família constituída.

Ainda sim, no novo jogo sempre na memória lembramos dos movimentos certos até fazermos o xeque-mate.

Unknown disse...

Metáfora esclarecedora.