terça-feira, 9 de outubro de 2007

Recapitulando...(André Zilar- bônus-fevereiro 2007)

Recapitulando...(André Zilar- bônus-fevereiro 2007)

Provavelmente este é o texto mais egoísta que já fiz. Grandes chances de eu tontear quem lê, ele praticamente é meu cofre em todos os caracteres como senha. Só quem sabe muito sobre mim irá entender.Eu não admito. Eu não aprendo. Sou o mesmo. É o inferno de adorar os saltos dessa vida. Acho que minha primeira paixão foi a gravidade, a segunda o chão. “Me sirva um tombo, sem gelo”.

Odeio chineses, desejos e provérbios. Damm! Não ganho um salário, acho que parcelarei a minha boca. Pouco provável, mas tentarei pagá-la pouco a pouco. Alguém me dê um crediário de promessas.Napoleão estava certo sobre as amizades. Pior ainda, aquele que colocou os sentimentos extremos para passearem sadisticamente noite afora. É preciso dormir, mesmo que a carne se divida em dois: um “Z” para cada lado, assim tudo descansa junto.

Lascívia é a escravidão da carne sobre a mente, estimulada pela alma que ri dos planos que fazemos para a vida. Já me vi como um fusquinha de alma, mera condução pra um destino certo, como o passageiro de ônibus que não faz idéia do percurso da linha que pegou.

As palavras banais das poesias são banais e mal-faladas porque todos as admiramos. É como a toalha de banho ou os talheres, que quase todos têm e quase ninguém dá valor. As cartas são idiotas mesmo, Fernando-humano. Mas que elas são reais em sua idiotice são.Superstições são muros de papelão que carregamos para nos proteger do mundo exterior. Elas funcionam muito bem se não colocadas à prova. Tenho muitas que são derrubadas à distância, é fato.O passado é uma coisa fascinante. Pior do que cliente mal-atendido, tende a reclamar o que nós pensamos no último segundo como uma dívida sem quitação.

Espero um dia voltar à minha forma silenciosa, escamosa, fria e preocupada em apenas estar em seu elemento. Enquanto não vivo na água, continuo assim, fogaréu ao vento.

Recapitulando, é preciso admitir que tenho medo de fazer nexo. Quando fazemos sentido, simplesmente somos desprotegidos do que queremos dizer para sermos acorrentados ao que as pessoas querem entender.

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