terça-feira, 6 de novembro de 2007

12 casas do supersticioso: As infinitas probabilidades de gêmeos!

Eis que chego à casa do signo que me tornou supersticioso. Recapitulando, eu, opositor-oficial das crenças de minha mãe ( que são mais ecléticas do que rádio popular FM), me peguei concordante com a máxima "signos ajudam a entender as pessoas" depois de um maldito me falar " Ah, você é de sagitário? Deve se dar muito bem com gêmeos"...e eu ter descoberto que, na época, eu tinha gêmeos como o signo de 80% de meus amigos e amigas.

Eu demorei a entender gêmeos. O contato diário e em diversas esferas de interesse me fizeram um "veterano da guerra geminiana". Ganhei muitos amigos do signo, mantive alguns e perdi vários. A volatilidade e o orgulho de um geminiano não são comentários comuns nos horóscopos diários, mas eles existem. Muito mais do que a questão "duas-caras" que todos levantam, apontando o dedo como se fossem baluartes da integridade.

No capítulo "amizades", a recomendação para uma longa e duradoura relação com este signo é "não seja tão próximo". Meu melhor amigo hoje é do signo, mas é fato que nosso 'contato ininterrupto" e "papos caminhantes" só dão certo porque sempre tivemos um respiro entre um papo de horas à fio e outro rápido e rasteiro. Não sei porque, você se torna confidente e íntimo do geminiano por 'tempo de jogo' e não por "atuação brilhante e incessante". O que se aplica também às mulheres.

Minha primeira paixão juvenil foi vitimada pela péssima escolha por uma geminiana. As geminianas adoram chamar a atenção, mas não admitem. O que aquarianas e taurinas fazem de forma declarada e regada à luzes estroboscópicas, e que leoninas e sagitarianas justificam como " é como eu sei ser e isto não é para chamar a atenção", geminianas fazem com um típico : " Eu? Eu sou suuuper tímida". E aí você descobre o potencial que as geminianas tem de atrair inimigas.

Minha mais antiga amiga, que ironicamente foi a paixão juvenil que não vivi ( e hoje ironizamos), sabe disso. Ela passou por maus bocados nas mãos das tramas sociais femininas. Geminianas em geral são aquelas que todos conhecem, os homens adoram ter por perto, mas as mulheres querem matar. E a versatilidade do signo transparece quando elas se fingem blindadas à este fato.

Deixei para falar da volatilidade do signo na questão "esportista". Tive poucas experiências com o signo, todas muito malucas. Não fui amplamente cativado por suas capacidades e acho que meu jeito de ser combina com as geminianas mais experientes mesmo. Mesmo mais velhas, são criaturas mais parecidas com pássaros raros das ilhas Galápagos, aqueles que fazem fotógrafos penarem por 8 dias e 8 noites fingindo que não os querem fotografar. A regra é inversa, famosa e injustamente aplicada à todas mulheres: quanto mais você gosta, mais se distancie.

Impedimentos são como a cor vermelha para os olhos do touro, ou melhor...geminiana. Elas são apaixonadas em geral por errantes, viajantes, músicos, largados, malandros, vagabundos, homens casados e coisas desta espécie. Estamos falando de sentimento. Para sair, elas podem se permitir até mais do que o normal. Mas o envolvimento para o signo é como a asfixia da vida, o que chega e chamar a atenção deste sagitariano ( e amante da liberdade) que vos fala.

Uma vez engatadas em namoro ou relacionamento sério ( nunca tive um ,mas observei atentamente) toda a energia nuclear e velocidade da luz empregados nas fugas e negações de sentimento ( mesmo que eles existam !) somem. A geminiana pode ser comparada ao famoso "Gênio da Lâmpada", que só realiza todos os desejos de quem os aprisiona, uma tarefa para heróis.

Para não colocar só empecilhos, é preciso dar os méritos das mulheres de gêmeos. E eles não são poucos. São cias. muito carinhosas, daquelas que beijam e abraçam ( sem conotação sexual aqui gente!) como quem encontrou um filhote de labrador. São animadas, nunca reclusas, são uma novela para quem não conhece o signo, que "vai fazer cerâmica para sempre" e na outra semana vem com um papo dizendo como "descobriu que criar grilos é o que há de irado na vida". Eles são adaptáveis justamente por isso. Ao contrário de signos mais tinhosos, aceitam mudanças bruscas de rumo, mesmo que isto pague futuramente um preço exorbitante da tolerância de quem pediu mais do que deveria.

Por fim, vou narrar a única experiência real que tive com uma geminiana, há 4 ou 5 anos atrás:

"Eu ainda morava em Santos. Encontrei a mulher em um posto de gasolina, naquelas lojas de conveniência. Em Santos é comum todos ficarem à toa bebendo e fazendo nada, é a vocação da cidade. Desde o início, ela se jogava em cima e logo depois disparava alguma afirmação para me ofender, um contrasenso que beirou ao ridículo. Até que comprei a idéia de que o que ela queria era um tipo de homem que eu não sou, daqueles que "jogam na parede e beijam". Jogo na parede querida, faço você virar havaianas se quiser, mas não gosto de apostar em um beijo que pode virar tapa por falta de simancol da minha parte--técnica sua. Mas a noite era muito calma e eu me diverti com a idéia. Na terceira patada logo após um abraço pra lá de malicioso, lancei algo como "se você quer e não admite, o que eu posso fazer?" E aí eu me sentia como um nadador profissional experimentando por um dia praticar queda-livre. Emocionante, só pela situação. Ela era bem do tipo das que já conheci do signo, "normalzinha, mas ninguém consegue tirar os olhos dela"...

A noite andou até o fim, com o mesmo jogo do "te quero/ não te quero/ adivinhe se puder".

Até que eu fiz o papel de "Humberto Martins" e imprensei na parede. Mãos à obra. Pensei " vou passar meu primeiro vexame antes de um beijo na minha vida..." e não passei. Ela beijava como se estivesse torcendo com todas as forças para que eu fizesse aquilo.

Logo depois, a coisa tomou um rumo completamente diferente. "Vamos embora?" E a palavra no plural deixou bem claro o que era para ser o final "feliz" da noite. Fomos no carro dela.

Durante o caminho, abstraí e devolvi o aparente desinteresse dela inicial após o beijo. Ela se irritou. Mas entendeu a esportividade do meu gênio. O carro parou e ela foi bem explícita: "Chegamos. É aqui que eu moro. Quer subir? "

Aí subimos. Não preciso digitar aqui o que se espera dali em diante. Qualquer dúvida, as quatro mãos e os dois corpos deixavam bem claro o que os dois queriam. Até que entramos no apartamento e nos deitamos.

Os beijos andaram....e começaram a misteriosamente retroceder. Tudo ficou morno. As mãos começaram a expulsar as minhas como campeãs de judô e aí é que inicialmente me confundi. Parei com tudo. Ela não estava a fim, no final. Acontece. Mas não. Ela voltou para cima com tudo, querendo e arfando em altos brados. Tudo de volta à ativa--literalmente...e então o balde de água gelada de novo. Ela para. Eu decido ser simpático e proponho "vamos ligar a tv e conversar então!" acendo um cigarro. Ela me acompanha. Ótimo, tem noites que vale mais a conversa mesmo. Mas antes do cigarro chegar ao meio...ela salta sobre mim, abre a blusa e revela seus traços, uma ilusão de óptica que continuava a me instigar. Quando chegamos ao "derradeiro momento", ela me empurra. E aí meu sangue ferveu. No pior sentido.

Só falei: Chega. Você é louca. Porra, ou quer, ou não quer. Nenhum dos dois me incomoda, mas pára com isso, caralho.

Ela negou. Negação é modalidade olímpica para gêmeos.

Eu me levantei e disse " vou embora"

Ela firme e forte disse: "pode ir. acho melhor pros dois" em tom de justiça.

Eu saio, ela dá tchau e fecha a porta com toda calma do mundo.

Chamo o elevador. Térreo. Primeiro. Segundo. Mais um pouco ele chega no quinto.

Alguém pula nas minhas costas. Eu me viro, e o corpo só se solta para se engatar como queria inicialmente. Era ela. Me puxou de volta para o apartamento e a noite correu das formas mais inimagináveis diante do desinteresse dela.

Ótima história? Não. Pra mim, ela era louca. E loucura é uma doença que se pega com o convívio.

Nunca mais a vi. E só ri comigo mesmo a caminho de casa, depois daquela transa sem pé nem cabeça."

Um comentário:

Rejane Agapito disse...

De "post das casas dos signos" virou conto erótico no final, rs.

Meu envolvimento longo-rápido com um típico geminiano faz-me concordar com suas palavras...

Mas como toda boa ariana, o "quer-não quer" deixa com raiva e instigada ao mesmo tempo...
Vai entender....hehe

Beijo, Zi!